07/01/2009

Punk Marketing

Definição:
Em minha opinião o verdadeiro intuito do Punk Marketing é dizer basta…basta de Kotler…basta de conceitos de comunicação e marketing com mais de 10, 20 ou mesmo 30 anos…basta de linearidade…basta de pensar sempre da mesma forma…basta de pensar que o consumidor actual é igual ao do passado…acima de tudo basta…é preciso mudar…é preciso pensar diferente…é preciso pensar à frente (primeiro que o consumidor)…é preciso inovar…é preciso arriscar…é preciso chocar…é preciso ousar…basta de ser igual aos outros…é preciso aceitar que quem manda agora é o consumidor!!!

Richard Laermer e Mark Simmons, autores do livro Punk Marketing vão mais longe ao afirmar que “o marketing, tal como o conhecemos, morreu”.

A partir daqui podemos logo assumir que para estes autores e criadores do conceito Punk Marketing, os profissionais de marketing devem escolher um dos dois caminhos possíveis: ou dão um grito de revolta e acompanham a mudança de forma a terem sucesso ou de certeza “morrerão” junto com o marketing do passado.

Não vivemos mais os tempos em que os consumidores eram totalmente influenciados pela publicidade que passava nos poucos canais televisivos, vivemos a era da televisão sem publicidade, do “zapping”, da internet, das redes sociais digitais, das comunicações móveis, dos fóruns de opinião acerca de produtos, marcas ou serviços. Neste momento o poder de decisão está totalmente do lado do consumidor e não das empresas/marcas.

No referido livro, os autores dizem ainda “Punk Marketing é uma atitude de rebelião contra o tradicional. Uma nova forma de marketing que rejeita o status quo e reconhece o deslocamento do poder das corporações para os consumidores”.

Ser punk marketing é ser “Sex Pistols”, é quebrar o tradicional, é criar novas formas de comunicação impactantes, adequadas à realidade do mercado actual.
Os mencionados autores criaram ainda um manifesto do Punk Marketing compostos por 15 pontos diferentes, que passo a transcrever.

1º: se não arriscar morre
2º: desafie as regras da indústria
3º: não tente agradar a todos
4º: não ceda aos clientes
5º: não seja controlador
6º: nunca perca a honestidade
7º. crie inimigos
8º: deixe que os consumidores descubram a qualidade da sua marca
9º: pense à frente dos rivais
10º: não se deixe iludir pela tecnologia
11º: mantenha-se fiel às suas vantagens competitivas
12º: comunique com simplicidade
13º: aposte na qualidade, em detrimento da quantidade
14º: use novas ferramentas de marketing
15º: interrogue-se constantemente



Na realidade estes 15 pontos não são originais, juntam isso sim irreverência e ousadia…experiências inspiradoras!


Vantagens:
A grande vantagem desta técnica é o facto de ser possível fazer muito investindo muito pouco, desde que seja diferente e inovador.

Produz resultados imediatos.

As campanhas chamam sempre à atenção o que se traduz em notoriedade para a marca/empresa.


Desvantagens:
É uma técnica que obriga a uma constante mutação da empresa, dos seus produtos e serviços de forma a acompanharem a “evolução” do consumidor, situação difícil de fazer pelas grandes empresas que demoram tempo a mudar e pelos profissionais de comunicação e marketing que estão formatados para conceitos mais “regulares”.

Outra desvantagem é a “procura de inimigos” e corajoso, pode dar credibilidade e força à empresa/marca, mas também pode ter o efeito contrário – “nem sempre somos o lado mais forte”.

Nem sempre as expectativas criadas nas campanhas são cumpridas, e quando assim é … como foi referido atrás “quem manda é o consumidor”!!!



Exemplos de aplicação da técnica:
A título de exemplo podemos verificar o que aconteceu para divulgar o filme Batman - The Dark Knight que estreou em 2008.

As campanhas começaram ainda em 2007, ano em que, além dos tradicionais anúncios para TV e cinema, cartazes e anúncios em revistas, surgiu uma acção inovadora que consistiu na criação de um blog ligado ao fictício jornal The Gotham Times que era composto por reportagens sérias e interessantes por forma a tornar este jornal credível perante o seu target. Meses depois este blog foi alvo de um ataque de hackers que nada mais eram do que personagem do próprio filme e que alteraram e vandalizaram as mensagens do blog em actos de puro vandalismo virtual.


Juntamente com esta acção, foi criado um jogo inovador num site de divulgação do filme, que consistia na indicação durante o jogo de diversos endereços espalhados por cidades norte-americanas, com uma nota que pedia para o jogador comparecer nalgum desses locais e dizer que o seu nome era “Robin Banks”, e que assim receberia algo. Todos os endereços eram de pastelarias que existiam realmente, e que foram contratadas para entregar um bolo a quem dizia chamar-se “Robin Banks”. Dentro do bolo, o jogador encontrava uma pista com uma nota da polícia de Gotham City, além de um telemóvel, um carregador e uma carta com instruções. Ao ligar para o número indicado no bolo, uma mulher atendia de uma empresa chamada Rent-a-Clown, agradecendo pela ligação. Ao desligar, uma mensagem de texto era enviada para o telemóvel a dizer que o jogador deveria deixar o telemóvel sempre ligado e junto de si, para aguardar uma ligação com informações posteriores.

Sem dúvida nenhuma tratou-se de uma campanha que rompeu com as “convenções” habituais de comunicação/marketing.

Fontes:
http://www.punkmarketing.com
http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1327117
Livro Punk Marketing: Get Off Your Ass and Join the Revolution de Richard Laermer e Mark Simmons

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente!

Muitos parabéns e até breve.

Ricardo

Ana Paula Cruz disse...

OK. Segue o briefing.
Mais produção de conteúdo ppa, p.f.. Mais exploração da vertente multimédia da plataforma.