Criado em 1999 pelo Alemão radicado em Nova Iorque Bernd Schmitt, o Marketing Experiencial é segundo o referido criador nada mais do que criar eventos/momentos inesquecíveis.

De acordo com Schmitt, existem cinco formas de atingir o consumidor:

Emoção - Puxar pelos sentimentos na comunicação pode traduzir-se em orgulho na compra (automóvel) ou na materialização do amor (jóias).
Sensação - O apelo aos sentidos usa o design (produtos de luxo), a musica (Coca Cola), o sabor e o cheiro (batatas fritas McDonald’s).
Pensamento - O Marketing usa argumentos como a resolução de um problema especifico (software) ou provoca uma reflexão (Bennetton).
Acção - A mensagem leva a um comportamento (campanhas de sensibilização) ou a um estilo de vida (moda).
Identificação – A imagem de um produto cria uma relação entre um cliente e a marca(Harley Davidson) ou o seu conceito (Starbucks).

Segundo Bernd Schmitt existem três regras fundamentais para um bom funcionamento do Marketing Experiencial:

1. Pensar em grande (Temos de ter a capacidade de pensar aquilo que mais ninguém pensou)
2. Ter uma estrutura empresarial que permita inovar (É preciso assumir alguns riscos para inovar e diferenciar)
3. Não ficar sentado no escritório (O contacto com os “clientes” na “rua” é fundamental para pensar como eles e compreender e antecipar os seus desejos e necessidades)

Em Portugal o Marketing Experiencial começou a ser utilizado em 2002 pela empresa A Vida é Bela que importou este conceito e começou a vende-lo às direcções de marketing. O Euro2004 foi um dos eventos que mais fez por este tipo de Marketing com enumeras empresas a investir em experiencias desportivas para divulgação dos seus produtos/serviços.

Vantagens:
As grandes vantagens desta técnica são: diferenciação e valorização face aos demais concorrentes. Nos produtos de grande consumo, que são quase todos iguais, esta técnica é importante para diferenciar. Nos produtos de luxo esta técnica é utilizada para valorizar o produto (Ex: Marcas de automóveis desportivos, promovem eventos em pistas de corridas para permitir aos clientes experimentar os seus produtos).

Desvantagens:
A grande desvantagem desta técnica, são os custos inerentes à mesma. Os eventos para gerarem grande impacto “exigem” elevados investimentos financeiros, que nem sempre têm retorno imediato, e nalguns caso nem sequer acabam por ter retorno. Devido a este motivo, por norma só as grandes multinacionais é que investem nisto tipo de técnica.

Bons exemplos de aplicação da técnica:
A título de bons exemplos podemos olhar para os seguintes casos de sucesso:

Apple Ipod – A Apple é muito boa a criar produtos e campanhas com base em experiencias. Vê-se isso no design dos produtos, mas também nas lojas Appel presentes nos EUA, que são sítios onde as pessoas gostam de ir, testar os novos produtos e beber um café. O iPod e o iPhone são produtos inovadores que mudaram o mercado. Actualmente, apesar de existirem imensos concorrentes no mercado dos mp3, alguns inclusive com melhores relações qualidade/preço, é o iPod que continua dominar com 70% das vendas globais.

110 milhões de iPods foram vendidos entre Outubro de 2001 e Setembro de 2007.


Singapore Airlines – O uniforme das hospedeiras é inspirado na região. Têm aviões muito modernos e um serviço fantástico. Os funcionários levam os passageiros até ao assento e estão muito atentos a todas as necessidades. Os passageiros da classe economoca podem escolher diversos vídeos para ver durante a viagem, tal como os de executiva. É uma experiencia de empatia. O resultado é uma companhia área com maior valor em bolsa, em todo o mundo.

17º lugar no top das 50 empresas mais admiradas do mundo, segundo à Fortune (é a única companhia aérea)


Volkswagen New Beetle – Na sua categoria é um automóvel normal nas questões técnicas. No entanto tem uma forma interessante, nostálgica, que cria uma experiência. Leva as pessoas de volta aos anos 60.


5 mil euros é quanto custa, em media, a mais do que os concorrentes do mesmo segmento

Maus exemplos de aplicação da técnica:
Os casos mais usuais de má utilização da técnica, prendem-se com promessas não cumpridas pelas empresas.
Imaginemos o seguinte cenário temos uma viagem prevista de Nova Iorque para a Europa com a companhia área Lufthansa que vende um produto que inclui diversos extras (experiencias) como por exemplo a comodidade dos assentos que se colocam numa posição horizontal para permitir ao passageiro uma experiencia de relax e de conforto. Por problemas técnicos do avião, a Lufthansa contrata um avião de outra companhia aérea para fazer a viagem. O problema é que este avião não cumpre com os requisitos vendidos pela Lufthansa. A partir daqui o cliente vai desconfiar das campanhas/produtos da Lufthansa e tão cedo não comprara os mesmos.



Fontes:

“O patinho, o cavalo e o guru do marketing” – Revista Sábado (25Out2007)
Livro “Big Think Strategy” de Bernd Schmitt
Livro “Administração de Marketing – 12ª Edição” de Philip Kotler e Kevin Lane Keller

Segundo noticia o Meios&Publicidade, um estudo realizado pela Júpiter Research, concluiu que em 2006 apenas 15% das campanhas de Mkt Viral resultaram em sucesso, obtendo o ojectivo básico deste tipo de campanhas (que o consumidor espalhe a mensagem da campanha).

Intitulado “Marketing Viral: Levando a mensagem às massas”, o relatório concluiu que a técnica mais usada para estimular o comportamento viral foi focar o público com influência. O Media Post, que cita o estudo, acrescenta ainda que “cerca de 55% dos marketeers ouvidos ponderam abandonar esta táctica...”.


De acordo com os dados da Jupiter Research, os utilizadores da internet mais propícios de reencaminhar mensagens publicitárias são os “relativamente mais velhos”, comparativamente aos grupos mais jovens. Enquanto os últimos utilizam com maior frequência as redes sociais, os consumidores maduros mostraram dar um uso superior ao e-mail e ao vídeo. Significa, portanto, que “o marketing viral está a alienar das campanhas o público-alvo tradicional para os seus produtos e marcas”. Por outro lado, ao apostar nas “social networks', esquece que estes canais têm quebras de utilização muito abruptas, que comprometem a transmissão das mensagens.


Será o fim do Mkt Viral ou apenas um sinal de mudança e de adaptação?


Fonte: Meios&Publicidade

O Marketing Viral é uma forma de Marketing utilizada por algumas empresas para passar "mensagens" por boca em boca ou melhor mouse-mouse dos seus produtos, serviços ou informações de um utilizador para outro utilizando como plataforma de execução o ambiente web.

Na prática podemos dizer que esta forma de Marketing funciona como um vírus, utilizando as redes sociais existentes para contaminar utilizadores com a sua mensagem.

Um ponto básico que as empresas que utilizam este tipo de Mkt devem respeitar é a utilização de mensagens (preferentemente visuais) interessantes (cómicas, chocantes), caso contrário o efeito piramide não funciona.

Os utilizadores de internet são confrontados diariamente com campanhas de Mkt Viral...como por exemplo os utilizadores do Hotmail (Serviço email gratuito) sempre que enviam um e-mail para outra pessoa, enviam uma mensagem no final do mesmo email a publicitar o serviço Hotmail...contribuindo assim para expandir o número de utilizadores deste serviço.

Vantagens:
Existem enumeras vantagens que advêm da utilização desta técnica, das quais destaco:

Facilidade de construção e notoriedade da marca (com os meios tradicionais é necessário investir avultadas quantias financeiras para construir uma marca, enquanto com o Marketing Viral, sem grandes investimentos pode-se passar do nada para o reconhecimento global);

Economia de meios (é possível através desta técnica, criar campanhas de sucesso sem investimento avultados - o segredo é inovação e criatividade);

Facilidade de internacionalização da marca/empresa (ao utilizar uma plataforma global (internet) é possível vender/divulgar produtos sem sair do próprio país, isto traduz-se num processo de internacionalização a custos residuais);


Projecção do negocio (uma boa estratégia de Marketing Viral potencia o negocio tornando-o apetecível para outras empresas/investidores, sendo possível transformar um negócio de “tostões” em milhões num curto espaço de tempo);


Proximidade ao consumidor (com o aparecimento, desenvolvimento e cada vez maior utilização das denominadas redes sociais (Hi5, Orkut, Octopop, FaceBook, etc) em detrimento dos meios de lazer e de comunicação habituais (televisão, rádio e imprensa escrita), torna-se necessário para as marcas/empresas estar junto do seu público alvo. O Marketing Viral facilita esta ligação).

Desvantagens:
A grande desvantagem desta técnica prende-se com a sua má utilização, ou seja as campanhas que não são bem planeadas podem ter o efeito contrario ao pretendido. Podem passar despercebidas ou pior ainda ser alvo de uma campanha de ridicularização, situação que quando acontece num meio de propagação tão rápido como a internet pode ter efeitos devastadores, levando muitas vezes ao desaparecimento do produto ou mesmo da marca.


Alguns exemplos da aplicação da técnica:




Fontes:
Womma
Livro “Administração de Marketing – 12ª Edição” de Philip Kotler e Kevin Lane Keller

O termo marketing de guerrilha foi descrito pela primeira vez por Jay Conrad Levinson, em 1982 no seu livro Marketing de Guerrilha (Ed. Best Seller), no qual aponta as suas diversas formas de estratégias, onde se destacam acções de intervenção nas ruas (TARAPANOFF, 2006).

Levinson (1989, p. 9) descreve marketing de guerrilha como uma técnica que utiliza as mais recentes estratégias de guerrilha no campo do marketing, para planear, lançar e manter a maior ofensiva possível; o seu objectivo é transformar clientes potenciais em consumidores reais, e investimentos de marketing em lucros.

Um guerrilheiro gosta de atacar, surpreendendo o adversário, com o mínimo de recursos necessários. Essa filosofia tem sido adoptada no marketing por diversas empresas, clientes e agências em todo o mundo, principalmente onde existe muita competição e saturação de mercado (TURLÃO, 2005).

Segundo Gustavo Fortes citado por Oliveira (2007), por uma questão de sobrevivência, as pequenas e médias empresas têm de investir no marketing de guerrilha. Essas empresas não têm o mesmo fôlego financeiro para lançar campanhas publicitárias caríssimas na televisão. Assim devem apelar para o marketing de guerrilha para criarem acções de impacto que se transformem em notícia.

Uma abordagem verticalizada de aproximação com o público por meio de acções que não envolvam publicidade e media tradicional deve ser considerada eficaz, alcançando também vários nichos de mercado, assim como a comunicação de massas (PATRIOTA, 2004).

Kotler e Keller (2006) explicam o porquê da ineficiência das acções nos media tradicionais na actualidade. O consumidor, em média, está exposto diariamente a aproximadamente 1500 mensagens; a sua atenção selectiva faz com que menos que 10% dessas mensagens sejam recebidas efectivamente; ou seja, menos de 10 mensagens terão uma probabilidade razoável de influenciar o comportamento do consumidor.

Sob o ponto de vista de Levinson (1989), ao utilizar meios não ligados aos media tradicionais, uma empresa tem maiores chances para acertar de forma eficaz no seu público-alvo e, na maioria das vezes, com a utilização de armas que estão à sua disposição a custo zero.

Num cenário de competição cerrada, as empresas dão cada vez mais importância aos seus orçamentos, e o marketing de guerrilha molda-se a essa situação, com custos bem mais atraentes, arsenal criativo e ousado, composto de ferramentas mais envolventes e interessantes do que os media tradicionais.

Essas ferramentas proporcionam um relacionamento cara-a-cara inexistente nas publicidades de televisão ou anúncios em revistas, tendo como objectivo aparecer de forma espontânea e gratuita. Dessa forma, maximiza a transmissão da mensagem e absorve a confiabilidade que esses meios transmitem ao público.

O marketing de guerrilha possibilita resultados mais marcantes e uma maior identificação do consumidor com a marca (ESPALHE, 2007).

Ries e Trout (1986, p. 97) são mais enfáticos na sua posição ao afirmarem que “a maioria das empresas deveria estar em guerrilha”. Pelos motivos anteriormente citados, Fortes citado por Oliveira (2007) argumenta que, apesar de ter sido criado para as pequenas empresas sobreviverem num mercado cada vez mais competitivo, o marketing de guerrilha é adoptado cada vez mais pelas grandes empresas.


Vantagens:
O Marketing de Guerrilha agrega inúmeras vantagens. Uma delas é o custo mais baixo em relação às campanhas de media tradicionais, como rádio, televisão e jornal. Outra questão importante é o factor tempo. Enquanto que para criar campanhas publicitárias leva-se de 2 a 6 meses, ou mais, entre planeamento, desenvolvimento, compra de media, e execução, a capacidade de operacionalização de acções de guerrilha acontecem de forma rápida, pois são relativamente menores, envolvendo assim menos produção.

Mas o grande retorno do Marketing de Guerrilha está no contacto directo com o público-alvo, que possibilita à empresa conhecê-lo de forma mais aprofundada e verificar como este consumidor reage à experiência, aproximando-o da marca. Além disso, algumas acções, por serem criativas e pioneiras, aparecem nos media de forma gratuita, gerando comentários que divulgam o nome da empresa sem custos.


Desvantagens:
O marketing de guerrilha só permite acções localizadas de pequena ou média dimensão, das quais não se pode esperar os resultados de uma acção de comunicação de mass market.

Outra desvantagem é o facto de ser mais difícil de controlar a quantidade e a qualidade das pessoas que terão contacto com a acção, ou seja, a campanha pode ser realizada junto de pessoas que não sejam o público-alvo esperado pela marca.

Por vezes para ter impacto as campanhas acabam por ser ousadas e agressivas acabando o resultado por ser inverso ao esperado, ficando a marca mal vista pelo consumidor.



Alguns exemplos de aplicação da técnica:

Adidas
Numa corrida promovida pela Adidas, os trepadores competem para ver quem desce mais rápido do prédio. Esta acção serviu para consolidar ainda mais o slogan da Adidas “Impossible is Nothing”.


3M
Para promover o lançamento de um novo vidro de segurança, a 3M colocou o próprio produto no meio da rua com muito dinheiro dentro.


Royal
A Royal conseguiu transformar um prédio num bolo.




Oslo Piercing Studio
A Leo Burnett da Noruega criou em 2002 uma campanha de posters para a Oslo Piercing Studio, que foi uma das mais premiadas daquele ano. Eles espalharam cartazes com fotos onde integravam ganchos, parafusos e afins, simulando uma pessoa com piercing.



Passerelle
A Partners utilizou todos os postes/varões da cidade de Lisboa para colar autocolantes da marca Passerele (Clube de Strip Tease). Como os varões fazem parte do imaginário deste tipo de clube, a simples colocação de um autocolante neste tipo de suportes passava a atitude que a marca pretendia



Fontes:
http://www.gmarketing.com
http://www.guerrillamarketingassociation.com/
http://www.meiosepublicidade.pt/2008/02/22/quando-acontece-o-inesperado/
Guerrilla Marketing: secrets for making big profits from your small business. Boston: Houghton Mifflin Company, 1998.



Este blog nasce do repto lançado na disciplina de Gestão da Comunicação do Curso Gestão de Marketing do IPAM. Tendo como objectivo retratar o Marketing através das suas diversas variantes e formas e o seu impacto junto do consumidor.